Na COP30 Indígenas Detonam a Ganância e Destruição da Amazonia

 

Fonte: You Tube

Apesar de ser realizada no coração da Amazonia, a COP30 não tratou de dois temas principais que atingem a maior floresta do mundo - a ganância das corporações, mineradoras, grileiros, fazendeiros e a destruição ambiental. Porém, sem vozes e poder de decisão na COP30, os nativos indígenas detonaram estas barbaridades.

Já mencionamos em texto anterior que a COP30 no Brasil, diante das iniciativas do governo federal e do Congresso Nacional, não iria nos oferecer muitas esperanças, uma vez que dificilmente a COP30 iria tocar no problema ambiental mais sério do mundo: a ganância corporativa.

Já se registrou em COPs anteriores, que a falta de debates sobre princípios morais e éticos em relação à preservação ambiental, bem como a força dos lobistas da ganância corporativa,  podem ter levado a jovem ativista sueca, Greta Thunberg, a se assustar e considerar os debates nas COP como blá, blá, blá.

Mesmo sem decidir sobre os temas acima mencionados, os decisores da COP30 enxergaram, querendo ou não, o que se passa na Amazonia, hoje vista como uma das regiões mais violentas do mundo e palco de organizações criminosas, sendo a ganância que alimenta tudo isto, incluindo o sofrimento dos povos originários que ainda estão protegendo a floresta.

Diante das severas mudanças climáticas, o Brasil e o mundo têm que decidir se querem manter a maior floresta do mundo, protegendo os povos originários que nela vivem, sofrendo ataques de toda sorte, mas sendo os únicos a protegê-la ou deixar que a ganância continue a destrui-la.

Neste caso, é muito difícil entender a COP30 na Amazonia, chamada de COP da Verdade, com as propostas de se explorar petróleo na Foz do Rio Amazonas. Pode até ser COP da Verdade no sentido de que seus participantes, em diversas manifestações, conseguiram mostrar ao mundo que não se pode esperar mais por COPs para solucionar os problemas climáticos, as falhas morais e ações inadiáveis.

As grandes corporações e lobistas do agronegócio no Brasil divulgaram a ideia de que o país deve alimentar o mundo, resultando na destruição de todos os biomas como o Cerrado, Caatinga e a Amazonia.  Até se indagou sobre a existência de mais lobistas do que indígenas na COP30.

 O país pode até alimentar parte do mundo, mas não às custas da destruição ambiental, mas dentro de uma proposta de desenvolvimento sustentável, com produção de alimentos dentro de regras internacionais. Infelizmente, nos últimos anos, a maioria da classe política brasileira vem sendo favorável à destruição ambiental.

Ainda bem que a Comunidade Europeia já deu uma resposta à ganância do agronegócio, rejeitando assinar acordo com o Mercosul enquanto as empresas não se enquadrarem numa produção de alimentos que respeite regras internacionais de qualidade.

Em suas importações de alimentos do Brasil, os países estrangeiros devem considerar, também, o quanto nós, brasileiros, estamos sendo atingidos por agrotóxicos.  Isto é um critério que deve ser adotado em todos os países do mundo ao receberem produtos exportados do Brasil.

Não há dúvidas de que o Brasil avançou muito na produção de energias renováveis e deve avançar mais ainda neste caminho. Contudo, a exploração de combustíveis fósseis na Foz do Amazonas e a saída do maior poluidor do mundo – Estados Unidos – do Acordo de Paris, nos leva a duvidar de qualquer mapa do caminho a ser decidido na COP30 como ponto principal. Como deixar de explorar combustíveis fósseis com propostas de explorá-lo nas proximidades de onde está sendo realizada a COP30?

Ademais, vale mencionar as críticas do secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, às empresas de petróleo, gás e carvão, acusando-as de usar seus recursos para “enganar o público e obstruir o progresso. Ainda, segundo ele, apostar em combustíveis fósseis é “apostar contra a humanidade” e desviar dinheiro da saúde, educação e do futuro comum.

Por fim, as iniciativas do governo federal e do Congresso Nacional, que recentemente aprovou a lei da devastação, depois do chamado golpe do Marco Temporal, demonstram o que foi dito pela especialista em conservação e políticas públicas do WWF-Brasil, Anna Carolina Crisóstomo:  “é inaceitável que, em plena emergência climática, o Senado enfraqueça ainda mais o controle ambiental, violando acordos internacionais e isolando o Brasil das boas práticas globais”.

Ainda, segundo ela, “é uma decisão que afasta o Brasil da liderança ambiental e mergulha o país em um perigoso caminho de destruição silenciosa, desigualdade e impunidade”.


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